07/10/18

Bantayan



Bantayan é a maior ilha de um pequeno arquipélago composto maioritariamente por ilhéus a oeste da ponta norte da ilha de Cebu. Para nós que estávamos em Malapascua foi fácil lá chegar: apanhamos autocarro em direcção à cidade de Cebu mas saímos em Don Pedro Rodriguez e aí foi só negociar um tuk-tuk até ao porto de Hagnaya. A viagem de ferry é curta e confortável e a vista desta ilha plana à chegada é soberba:

Os ferries desembarcam perto de Santa Fé, a porta de entrada da ilha. É também onde se encontram a maior parte dos hotéis e restaurantes da ilha. No entanto, à data da nossa visitam não existia ATM em em Santa Fé propriamente dita, sendo necessário ir até Bantayan - na costa oposta - para encontrar uma (na realidade existiam duas mas uma delas não aceitou nenhum dos nossos cartões, Revolut inclusive).

A ilha de Bantayan foi fortemente afectada pelo furacão Hayan, em 2013. Contrariamente à ilha de Malapascua, aqui os vestígios da passagem do mesmo ainda são bem evidentes: palmeiras e coqueiros destruídos um pouco por toda a ilha, edifícios em ruínas um pouco por todo lado (incluindo um restaurante português que nunca chegou a ser reconstruído mas cujos azulejos ainda se encontram expostos na fachada exterior que restou), lixo acumulado em determinados pontos da ilha e uma autêntica favela onde provavelmente residem aqueles que não conseguiram reconstruir as suas casas na ponta norte da ilha.

A ilha é conhecida por ter a melhor praia, para quem quer acima de tudo fazer praia e nadar ao invés de mergulhar,  da região de Cebu. À nossa chegada foi perceptível porquê: água azul ciano cristalina a banhar um extenso areal branco que desaparece no meio da vegetação. Quem pretender percorrer toda a ilha aconselho o aluguer de uma moto (300 a 400 pesos por dia), sendo que um dia é suficiente para percorrer e conhecer toda a ilha. Caso contrário, se pretender apenas fazer alguns dias de praia, basta ficar numa das praias de Santa Fé e o centro estará sempre a alguns minutos de caminhada (e um tuk tuk custa uma bagatela). Há ainda vários ilhéus em redor que podem ser explorados de barco, nomeadamente a ilha de Hilantagaan mesmo em frente, com pequenos povoados piscatórios.



Dos três dias que lá passamos, dedicamos um dia inteiro a conhecer a ilha e os restantes a descansar na praia e no alojamento. Começamos por conhecer Santa Fé, primeiro para alugar a moto e depois para tomar o pequeno almoço. É uma aldeia pacata, com uma grande praça de restauração (maioritariamente fast food e pratos filipinos básicos e alguns restaurantes de ocidentais que por lá se fixaram. As ruas são calmas de dia, nem tanto à noite, e não há grandes atractivos turísticos.



Inicialmente o plano era começar pela Paradise Beach mas o tempo não estava para praia então seguimos até Bantayan propriamente dita. Pelo camino, paramos num parque de manganais existente no sul da ilha, onde é possível caminhar por cima do mesmo num passadiço rudimentar de bamboo. Foi sem dúvida uma boa escapatória para o calor, embora não tenha dúvidas que com a maré alta teria outra beleza.





À chegada a Bantayan, começamos por visitar a igreja local, o mercado e um presépio "ajustado" à realidade local.






Depois fomos até ao mercado, trouxemos o habitual abastecimento de mangas e seguimos viagem pela costa oeste da ilha, parando numa ou outra praia pelo caminho até chegarmos à ponta norte da mesma.




À chegada a Poblacion, fomos "forçados" a recorrer a uma das muitas "vulcanizing shops" que irão encontrar pelas Filipinas: pequenas lojas/barracas onde se reparam pneus furados.




Mas o nosso motivo da vinda até este extremo da ilha não era esse obviamente. Era sim um pequeno forte, simbólico para a ilha de Bantayan por ter sido local de vigia e defesa de ataques piratas, depois na luta contra os japoneses na 2ª Grande Guerra. Bantayan significa "posto de vigia", tendo a ilha recebido o nome por ter chegado a ter 18 torres de vigia, para detectar ataques iminentes de piratas Moro.




Um outro aspecto do norte da ilha, é a poluição - da terra e do mar. Se no sul da ilha ainda se encontram alguns sinais de destruição relacionados com o furacão Hayan, é no norte que se percebe o impacto negativo que o mesmo ainda hoje tem sobre a população: barracas construídas com os materiais que provavelmente sobraram da destruição, lixo um pouco por todo lado e uma praia que poderia facilmente ser a mais bonita da ilha completamente destruída pela ausência de infra-estruturas básicas. Contudo, não deixa de ser uma das partes mais tranquilas da ilha, em que a rua principal praticamente não tem movimento.





Prosseguimos viagem pela costa oeste, onde apesar de o caminho parecer mais curto e rectilíneo no mapa, é bem pior. Esta foi a primeira costa a receber o impacto do Hayan. Ainda hoje em dia é possível perceber que várias aldeias pura e simplesmente foram abandonadas e que as que se encontram habitadas, estão em mau estado. Foi a única parte da ilha que até partes da estrada ainda estavam destruídas por completo.

 


Bantayan recupera lentamente e tenho a certeza que dentro de pouco tempo poderá voltar a ser a "melhor ilha de praia de Cebu", título informal frequentemente referido pelos locais. Para nós, terminava aqui a primeira aventura nas Filipinas, faltava apenas uma dormida na ilha de Mactan, onde se localiza o aeroporto de Cebu, de onde partiríamos com destino ao sul da Tailândia, com escalas em Kuala Lumpur e Langkawi.


Sem comentários:

Enviar um comentário