Iniciamos a nossa viagem no Porto, com voos low-cost para Plovdiv, com escala de uma noite em Londres (Stansted). Como já não é a primeira nem a segunda vez que o fazemos - começar as férias com uma "noitada" no aeroporto - fomos já prevenidos com uma garrafinha do nectar dos Deuses, no caso, uma Esteva de 2008.
A manhã chegava e lá fomos para o bólide que nos havia de levar até Plovdiv, segunda maior cidade da Bulgária, a cerca de 1 hora e pouco de autocarro de Sófia - um dos principais motivos para a escolha desta cidade como ponto de partida (o outro eram mesmo os voos low-cost).
À chegada, apanhamos um taxi para o centro da cidade. O aeroporto é pequeno mas satisfatório e apesar de ser fora da cidade, a viagem é rápida e barata.
Já no centro, carregadíssimos com as mochilas, circulamos pelas casas de arquitectura otomana até chegarmos ao "ex-libris" da cidade, o seu anfiteatro romano. Mesmo em frente, há um ou 2 cafés com esplanada, a preços bastante acessíveis, com vista sobre o anfiteatro e a cidade. Aproveitamos um deles para repousar, aliviar um pouco o peso das mochilas, admirar o ícone da cidade e preparar a partida para Sofia.
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Início da subida para o Antiteatro |
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Edifícios Otomanos |
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Anfiteatro Romano |
No pouco tempo que passamos em Plovdiv, a cidade pareceu-nos bonita e relativamente limpa, em especial quando comparada com a capital. De qualquer das formas, um dia deverá ser suficiente para conhecer a cidade. Nós tivemos lá pouco mais de uma manhã, à tarde tínhamos já o autocarro para Sofia.
Chegamos a Sófia ao final da tarde, à estação central de camionagem, que é imediatamente ao lado da de comboios, onde nos aguardava o nosso contacto do alojamento.
Dirigimo-nos para o apartamento mas ficamos retidos no trânsito por causa de uma parada gay, onde aparentemente havia uma contra-manif, mas tudo correu sem problemas, até porque a cidade estava pejada de polícia. Chegados então ao alojamento, percebemos que tínhamos subestimado a distância do mesmo ao centro. Acresce que a estação de metro das proximidades estava ainda em construção! Mas nada que não se resolva, especialmente tendo em conta que um taxi para os não passava de 2 euros.
Jantamos perto do hotel, num pequeno restaurante onde só iam os locais, e seguimos então de taxi para o centro, para uma primeira visita nocturna à cidade.
Já no dia seguinte, acordamos com o "saca-rins". Confusos? Eu explico: o apartamento era alugado, numa zona residencial dos subúrbios de Sofia. Acontece que se já estávamos um pouco desconfortáveis com isso, o facto de o apartamento ser no 1º andar e de a janela da varanda não trancar nem ter portada ou estores, só piorou a coisa. Depois acordar de manhã com alguém a tentar abrir a porta com uma chave foi a gota de água. Falso alarme, era mesmo só o dono do apartamento que já vinha arrumar o mesmo.
Fomos então visitar a cidade e confirmamos a sensação com que tínhamos ficado no dia anterior. Sófia é uma cidade com edifícios e avenidas imponentes, no entanto, muito mal cuidada. Os jardins deram lugar a matagais (à data secos), as avenidas encontravam-se em obras que decorriam a passo de caracol, poeirentas e sem grandes condições para se circular a pé.
Começamos pelo centro, onde se encontram os principais edifícios ministeriais do país assim como grande parte das atracções de Sofia.
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Sveta Nedelya
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Mesquita Banya Bashi |
Assim, e tal como por quase todos os Balcãs, visitamos a Igreja Ortodoxa do Sagrado Domingo (Sveta Nedelya) onde estava a decorrer um baptizado, mesmo em frente à mesquita Banya Bashi, do período otomano.
Após um breve descanso do sol e do calor torrido que se fazia sentir, tentamos (como acontece aliás em quase todas as cidades onde elas existem) visitar a sinagoga, mesmo ao lado do mercado, mas apesar de estarmos bem dentro do horário, não se encontrava lá ninguém para nos abrir o portão - a nós e a todos os poucos turistas que lá iam parar. Isto aliado aos preços ultrajantes que costumam pedir à entrada das sinagogas e à paranóia com a segurança que é sempre sentida à entrada das mesmas, decidimos dedicar o tempo a outras atracções.
Seguimos então em direcção à Catedral Alexander Nevsky, ícone cidade. Pelo caminho, visitamos a Catedral Russa, onde já tínhamos estado na noite anterior.
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Catedral Ortodoxa Russa |
Pelo caminho, encontramos uma inevitável feira de memorabilia soviética, onde o Paulo aproveitou para comprar mais algumas t-shirts e eu para experimentar um "barrete" soviet pro Inverno.
Almoçamos já tarde no Motto, sugestão do Triposo, onde comemos muito bem e relativamente barato, especialmente tendo em conta o "oasis" que a esplanada do mesmo (partilhada com um outro restaurante) representava no calor tórrido de Sófia em Julho. Não é fácil de encontrar mas aconselho vivamente!
Um breve descanso pós-prandial e regressamos ao centro, a fim de ver a igreja de S. Jorge (Sveti Georgi), que tem a dupla curiosidade de ser considerada o edifício mais antigo da cidade (construída pelos Romanos no sec. IV) e de se encontrar totalmente rodeada pelo Hotel Sheraton e edifícios governamentais, pelo que a igreja e ruína circundantes ficam assim "escondidas" à primeira vista.
Tentamos ainda visitar uma outra igreja medieval mas por causa das obras estava fechada.
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Igreja "esquecida" no canto inferior esquerdo, rodeada de edifícios governamentais |
Demos a coisa por arrumada e seguimos para a estação de comboios, onde havíamos deixado as malas (lá não há cacifos, é mesmo uma sala com funcionários onde se arrumam as malas a troco de uma senha) e demos seguimento à viagem, afinal de contas, ela acabara de começar!
Seguia-se então o comboio nocturno para Belgrado.
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Estação de Sófia |