28/02/15

Phnom Penh - "Killing Fields" (Choeung Ek)



A cerca de 17km do centro de Phnom Penh encontramos os "killing fields" de Choeung Ek, o local mais conhecido onde o Khmer Vermelho levava a cabo as suas práticas de genocídio contra a sua própria população. Era para aqui que eram levados os prisioneiros do Tuol Sleng com o único intuito de serem executados e enterrados em valas comuns. Foram encontrados quase 9000 corpos enterrados no local.

Parte das valas onde decorreram as exumações
Para lá chegar o ideal é negociar um tuk-tuk que nos leve e aguarde lá até ao regresso, caso contrário corre-se o risco de não ter como regressar. O bilhete de entrada é mais uma vez simbólico e inclui um audio guide disponível em várias línguas. Uma vez mais, as autoridades do Camboja incentivamos turistas a visitar o local de forma a que os crimes não caiam no esquecimento.




Hoje em dia é um local calmo, rodeado de pequenos lagos, que transmite uma estranha e arrepiante tranquilidade. No centro das várias valas encontra-se uma stupa budista onde se encontram expostas 5000 caveiras, muitas delas com marcas bem visíveis de tortura e dos métodos bárbaros de execução. De referir que muitas pessoas eram mortas com objectos corto contundentes de forma a economizar balas e reduzir o ruído causado pelas mesmas. Nas valas é ainda possível encontrar restos humanos e das roupas usadas pelos mesmos, tendo sido as exumações suspensas de forma a preservar a memória dos que lá pereceram.

Vala onde foram encontradas 166 vítimas sem cabeça

Algumas das vestes que foram recolhidas
Outras ainda se encontram dispersas pela vegetação
Algumas ossadas que ainda vão sendo expostas quando as monções "lavam" o terreno
As chuvas vão expondo a dolorosa realidade do passado
 



Memorial

Um dos vários "andares" da stupa


O nosso remork a "passar pelas brasas" enquanto esperava por nós

24/02/15

Phnom Penh - Tuol Sleng

Após dois dias de travessia por terra e água, finalmente chegamos ao Reino do Camboja, um lugar distante onde o sorriso das crianças se mistura com as lágrimas que o país já verteu. Se a história recente do Vietname já era triste e violenta, a do Camboja aperta ainda mais o coração.


Cerca de 2 milhões de pessoas foram mortas, em quatro anos, pelas mãos do sanguinário Pol Pot. Muitas foram brutalmente espancadas com martelos, paus, pedras e folhas de palmeira entre outros objectos (para não gastar balas) e enterradas ainda vivas... bebés, crianças, mães, homens, idosos... ninguém escapava a tão horrendo destino.

O início do período mais sangrento da história de um país que foi disputado durante séculos pelos vizinhos "maiores" - Tailândia/Sião e Vietname - começou na segunda guerra mundial, quando os Japoneses invadiram o país após a queda da "França de Vichy". Até então o país estava sobre o domínio francês tal como os seus vizinhos Laos e Vietname - sendo que a França estava por sua vez sob domínio nazi. É também nesta altura que as regiões de Siam Reap, Battambang e Preah Vihear são (novamente) ocupadas pelos Tailandeses, de certa forma aliados Japoneses. Após o término da 2ª Guerra Mundial, embora com mais autonomia, o Camboja retorna ao controlo colonial francês mas com uma crescente instabilidade devido ao conflito franceses e forças Viet-Minh (Vietname do Norte).

Em 1952 o rei Sihanouk dissolve o parlamento e enceta esforços no sentido de alcançar a independência do país, que proclama no ano seguinte. Um ano depois, em 1954, esta é finalmente reconhecida na conferência de Genebra de 1954 e em 1955 o rei abdica do trono em favor do seu pai. Com o seu novo partido viria nesse mesmo ano a conquistar todos os lugares do parlamento e a governar o Camboja por cerca de 15 anos. Embora receoso dos comunistas vietnamitas, declara a neutralidade do país e recusa mais ajuda dos EUA por considerar que os seus aliados - Tailândia e Vietname do Sul - eram as principais ameaças ao país. Em 1965, convencido de que os EUA conspiravam contra si, autoriza os guerrilheiros comunistas do Vietname e China a utilizarem o seu território para combater o Vietname do Sul e as tropas americanas.

No entanto, esta decisão não foi pacífica e foi vista como uma humilhação por muitos cambodianos, culminando num golpe de estado por parte do General Lol Nol com o consentimento tácito dos EUA aquando de uma viagem do rei Sihanouk a Pequim e a Moscovo, em 1970. No mesmo ano de 70 o Camboja é bombardeado de forma absurda pelos USA isto porque o país viu-se sugado para um conflito que não o seu. As tropas de Vietnamitas do Sul passam a utilizar o Camboja para restabelecer forças e mantimentos.

Paralelamente a esses acontecimentos Pol Pot que estava a estudar em Paris já havia regressado ao Camboja onde ingressou no Partido Comunista. Com a chegada do jovem revolucionário o partido ganha um novo folgo e continua com a campanha contra novo governo de Lol Nol, arrastando o país para uma guerra civil.  Contudo, os episódios mais tristes e sangrentos da sua história estavam ainda para chegar.

De 1969 a 1973 os EUA bombardearam incessantemente os guerrilheiros comunistas do Camboja e do Vietname do Norte, que os apoiavam, mas sem resultados práticos e levando uma cada vez maior franja da população a apoiar os insurgentes do Khmer Vermelho. Em 1975 o exército do Khmer Vermelho, a comando de Pol Pot, chega a Odongk a norte de Phnom Penh derrubando Lon Nol de forma quase pacífica e renomeando o país como Kampuchea. Um dos maiores massacres da história da humanidade estava já em andamento, bem como o mais radical plano de completa transformação de uma sociedade, baseada no ínfame "Grande Salto para a Frente" de Mao, que o mundo já terá presenciado: estabeleceu-se um "ano zero", milhões de pessoas foram deslocadas dos centros urbanos para zonas rurais, as famílias foram separadas e seus membros forçados a trabalhar de sol a sol em arrozais colectivos. Mudou-se o nome do país para "Kampuchea Democrática" e começaram também as purgas, primeiro direccionadas aos próprios Vietnamitas - após várias tentativas falhadas de reconquistar território do sul do Vietname - que os ajudaram a chegar ao poder, depois à própria população Khmer das regiões orientais do país.

Perante o massacre da sua própria população, foi criada a Frente Unida de Salvação Nacional que conseguiu expulsar o Khmer Vermelho do poder após a invasão Vietnamita em finais de 1978. No entanto, de 1979 o que restou do Khmer Vermelho radicou-se na parte ocidental do país e embora já não tivessem de facto o poder, eram eles quem se sentavam na assembleia das Nações Unidas continuando a ser reconhecidos como os governantes oficiais do país por grande parte das nações mundiais, incluindo EUA, China, Inglaterra e França. De 1979 a 1989 o país passou a chamar-se República Popular da Kampuchea e numa tentativa de obter reconhecimento internacional o nome foi novamente alterado em 1989 para Estado do Camboja. Só em 1991, com a queda da União Soviética, foi reposto o Reino do Camboja e em 1993 o poder foi novamente entregue ao rei Sihanouk embora sob supervisão das Nações Unidas. Desde a queda do Khmer Vermelho até então, países como a Tailândia, China, Malásia e Singapura apoiaram apoiaram o guerrilheiros restantes do mesmo, tendo ocorrido várias deportações de refugiados do lado tailandês, ficando à mercê dos mesmos. Os EUA, por verem com maus olhos um Camboja dominado pela influência Vietnamita - e portanto Soviética - sabotaram activamente todo o processo de recuperação do país.

No decorrer do regime dos Khmer Vermelho, morreram entre 750 mil e 3 milhões de pessoas, sendo que na actualidade o número mais consensual se situa nos 2 milhões. Cerca de metade foram executados, os restantes morreram de fome e doença.
Embora estes afirmassem perseguir principalmente minorias étnicas (vietnamitas e chineses, principalmente), a maior parte dos mortos eram de facto khmers (cambodianos). Os intelectuais foram especialmente perseguidos, sendo o simples facto de usar óculos suficiente para uma condenação. Pol Pot viria a morrer em 1998, sem nunca ter cumprido qualquer pena (havia sido condenado à revelia à pena de morte) na mesma noite em que anunciada a sua entrega por parte do que restava do Khmer Vermelho aos tribunais, suspeitando-se que este se possa ter suicidado.


Hoje em dia Phnom Penh, outrora conhecida como "Pérola do Oriente", preserva de forma voluntária e explícita parte dos locais onde decorreram as perseguições, torturas e massacres deste passado recente.

Assim, dois dos "must-see" da cidade são a prisão de Tuol Sleng e os "Killing Fields" nos subúrbios da cidade. Este post centrar-se-á no primeiro, uma antiga escola secundária que foi renomada "S-21" ("S" de "Santebal", palavra Khmer para algo como "Organização da Segurança do Estado") e era apenas um dos 150 centros de detenção existentes no país no período mais negro da sua história. Tuol Sleng significa "Colina das Árvores Venenosas" ou simplesmente "Colina Estricnina". O seu director era Kang Kech Ieu (ou Kang Kek Iew) - ex-professor - conhecido como Duch. Este era também o responsável máximo pelos vários centros de detenção. Foi um dos poucos a ser julgados e a cumprir pena, tendo inicialmente sido condenado a 40 anos, que viriam a ser reduzidos para 35. Mais tarde viria a ver a sua pena alterada para prisão perpétua.

A maior parte dos seus "guardas" eram crianças deslocadas de zonas rurais, cuja alternativa ao cumprimento das ordens que lhes eram dadas era a sua própria morte.

Chegar ao Tuol Sleng é relativamente fácil pois toda gente sabe do que se trata. É possível caminhar até lá, nós optamos por apanhar um tuk-tuk (chamados remork no Camboja) até ao Russian Market que infelizmente se encontrava praticamente fechado por ser feriado e depois fizemos uma pequena parte do caminho para trás a pé. Paga-se um bilhete simbólico para entrar que inclui um pequeno folheto explicativo do museu. É possível alugar um audio-guide ou mesmo um guia dos vários que oferecem os seus serviços à entrada. No entanto o museu encontra-se bem sinalizado e as explicações são bastante explícitas.

As imagens que se seguem são pesadas, algumas demasiado penosas, mas é a forma que os Khmers encontraram de evitar que actos tão horrendos caiam no esquecimento:







Algumas das salas de tortura encontram-se praticamente como foram encontradas 




Celas minúsculas, sem quaisquer condições...
...a maior parte sem ver a luz do dia.




As últimas 14 vítimas do Khmer Vermelho, antes da sua fuga, foram simbolicamente sepultadas no seu jardim
Provavelmente o quadro mais chocante, retratanto os Killing Fields

20/02/15

Dicas e Roteiros - Laos


República Democrática Popular do Laos



- Quando ir?

O Laos possui três estações climatéricas: seca (Nov - Fev),  quente (Mar - Mai) e húmida ou chuvosa (Jun - Out). Sendo naturalmente mais favorável viajar na estação seca. A época alta do turismo no país abrange os meses de Agosto e Dezembro a Fevereiro. Sendo Janeiro o mês mais procurado. Neste mês é aconselhável reservar estadia com alguma antecedência pois, a maioria do hóteis esgota com facilidade. 

Viajar na altura das chuvas tem algumas vantagens e desvantagens. Geralmente os preços descem, há menos turistas, menos pó nas estradas e no ar, e é sem dúvida a melhor altura para viajar de barco pelo país. O grande ponto negativo é o possível corte de estradas devido inundações e derrocadas.


- Como chegar?

É possível chegar ao Laos por terra e ar, a partir da Tailândia, Cambodja, Vietname e China. A forma mais fácil para chegar ao país por terra é pela Tailândia. 

Por terra:
As travessias terrestres são na sua grande maioria longas e penosas embora a passagem dos postos fronteiriços em si seja relativamente rápidas e simples. Para adquirir os bilhetes para realizar as travessias existem várias formas: comprar uma "tour" nas muitas agências que existem sempre por toda a Ásia, nas estações rodoviárias, para além disso a maioria dos hotéis também costuma organizar este tipo de saídas. O único "truque" é pesquisar: preços, conforto e segurança que as várias companhias oferecem. Para isso basta perguntar nos alojamentos, outros viajantes e claro usar dicas que estão um pouco por toda a internet. 

Por ar:
Voar é sem dúvida a forma mais rápida e também mais cara de aterrar no Laos. Na altura das chuvas é uma boa dica para não correr o risco de não conseguir realizar a viagem devido a deslizamentos de terras. Existem voos directos de algumas principais cidades dos países vizinhos. As principais companhias aéreas que operam para o pais são: Lao Airlines, Thai Airways, Vietname Airlines e Air Asia (voa de Kuala Lumpur), 


- Cuidados de Saúde

É aconselhado ir com com antecedência de pelo menos 1 mês à consulta do viajante. Em Portugal existem vários centros de consulta do viajantes espalhados pelo país. As consultas devem ser marcadas com alguma antecedência e tem o valor de 5 euros. Poderá obter mais informação no portal da saúde e aqui. De uma forma geral as vacinas recomendadas são as seguintes:


-Hepatite A e B: todos os viajantes
-Febre Tifóide: todos os viajantes
-Encefalite Japonesa: para estadias de duração igual ou superior a um mês, em particular se houver um período significativo em áreas rurais ou exposição prolongada ao ar livre (como campismo, trekking, etc)
-Raiva: para quem tiver maior risco de mordedura por parte de animais contaminados (cães, macacos e morcegos)

Para além destas vacinas, é ainda aconselhável profilaxia para a Malária e medidas preventivas para o Dengue. Podem levar repelente para mosquitos de Portugal ou adquirir no próprio Laos: até hoje foi o repelente mais forte que encontramos em todo o sudeste asiático; há ainda uma panóplia de repelentes naturais à disposição de quem tiver estadias mais prolongadas. Quando lá estivemos eram bem visíveis as campanhas de prevenção para tentar diminuir ao máximo os surtos de Dengue (que não tem tratamento).

Convém não esquecer as regras de higiene básicas como lavar as mãos antes das refeições e selecionar bem os sítios onde se janta e ter o cuidado de beber sempre água engarrafada. O gelo é geralmente seguro se tiver forma cilíndrica (vem de fábrica), caso contrário é melhor absterem-se dele.


- Visto

É necessário ter visto para entrar no país. Existem duas formas possíveis tratar do visa: Pedi-lo ainda em Portugal através de uma embaixada - que não existe no nosso país - ou comprar o "visa on arrival" ao chegar ao aeroporto. Esta segunda forma é a mais fácil e mais barata. O nosso visto foi pedido no aeroporto de Luang Prabang e foi bastante rápido. É necessário preencher um formulário que é entregue antecipadamente no avião, levar 1 fotografia tipo passe, preencher um segundo formulário que é dado no aeroporto e passaporte com validade mínima de 6 messes. O preço do visto varia consoante a nacionalidade e tem a duração de 30 dias. Por via terrestre o processo é em tudo semelhante.


- Moeda/ Preços

A moeda do Laos é o Kip. Há casas de câmbio e ATMs nas principais cidades. No caso das primeiras, convém sempre ver as taxas em 2 ou 3 antes de trocar. Não nos pareceu, contrariamente ao que lemos em alguns relatos, que fosse particularmente vantajoso trocar dollars em vez de euros. No caso das ATMs, geralmente funcionavam com Visa (incluindo Electron) e Mastercard mas não com Maestro. Atenção ao montante máximo que permitem levantar, que varia consideravelmente de máquina para máquina. Alguns bancos cobram ainda taxas - locais, entenda-se - mais elevadas que outros.

Fica o preço médio de alguns itens básicos para referência no ano de 2013: prato local 2-3euros, cerveja de 650 ml 1,80-2,20euros, maço de tabaco Hong Hua 0,18euros. Um jantar no melhor restaurante da cidade com uma garrafa de vinho custou cerca de 20-30euros.

Não referimos os preços dos hóteis porque simplesmente existem para todas as bolsas. Basta realizar uma procura em sites como o Booking, AsiaRooms e selecionar o que é mais adquado ás suas necessidades.


- Transportes

À excepção da capital onde também há taxis, os principais meios de transporte são o tuk-tuk e o autocarro. Os tuk-tuk devem ser negociados e são na sua maioria ligeiramente diferentes dos que encontramos na Tailândia ou no Camboja, por serem mais compridos, com entrada na traseira e bancos corridos nas laterais. Os autocarros são utilizados para viagens entre cidades e são quase todos bastante antigos. A condução é geralmente tranquila e as estradas muito pouco movimentadas. Alguns bilhetes incluem uma refeição simples pelo caminho. 

Nas principais cidades além dos tuk-tuk são ainda comuns os shuttles dos hotéis bem como mini-bus (carrinhas) de agências turísticas.

Na época das chuvas, é ainda possível - por vezes é mesmo a única opção - viajar de barco pelos rios que atravessam o país. Os mais aventureiros podem mesmo fazê-lo de kayak em alguns percursos.Exceptuando esta altura do ano, é também possível conhecer a região de Vang Vieng em balão de ar quente.

No planeamento da sua viagem nunca se esqueça de "ver para além das distâncias em quilómetros" pois, a maioria das viagens são bastante lentas para os nossos padrões.


- Comunicação

A ligação à internet era razoável e deu para resolver uma série de situações que nos foram acontecendo (alteração e marcação de voos). Já o roaming é para esquecer pois as chamadas efectuadas para Portugal custavam em média 5euros/minuto, as recebidas em torno de 2,4euros e as sms em torno de 1,5euros. A utilização de aplicações como o Viber fazem aqui todo o sentido.




- Principais Destinos a Visitar...

  • Luang Prabang - relato aqui


A antiga capital real do Laos localizada entre o rio Mekong e o rio Nam Khan conta com vários pontos de interesse que não deves perder. Na cidade as principais atracções/coisas para fazer são:

- O Palácio Real;
- O templo Wait Mai
- O mercado nocturno
- A colina de Phou Si
- O templo Wat Xieng Thong
- Cerimónia da Ronda das Almas
- As cascatas de Kuang Si e Tad Sae
- Santuário dos Elefantes
- Grutas de Pak Ou

  • Vang Vieng - relato aqui

Um pequeno vilarejo, com um punhado de ruas, e de beleza estonteante. Outrora a Holanda do Sudeste...tal era a quantidade de substâncias ilícitas que existiam nos bares para os turistas. Hoje em dia a realidade é bastante diferente e Vang Vieng quer ser um destino para famílias. As principais atracções estão de acordo com a geografia do país. Como a envolvente natural é bastante grande os principais passeios giram em torno do rio. Atividades como o tubing (descida do rio num pneu), kayak ou escalada. Nas proximidades de Vang Vieng há ainda a Lagoa Azul, uma lagoa dentro de uma gruta.

  • Vientiane - relato aqui



A Capital do Laos é uma capital "fora do comum" e que embora muitas vezes negligenciada vale a pena visitar. São evidentes os traços arquitectónicos coloniais franceses bem como do período mais comunista do país. Há ainda uma pequena Chinatown com influência Coreana à mistura, bem como múltiplos cemitérios Russos. A cidade conta com vários templos, mercados, museus e um arco de triunfo (Patuxai). Ainda assim, a atracção mais conhecida é provavelmente o Pha That Luang.

  • Si Phan Don (4 mil ilhas)



Um agrupamento imenso de ilhas no rio Mekong no sul do Laos, onde a vida assume um ritmo (ainda mais) relaxado. É possível caminhar por algumas das cataratas, nadar, explorar o quotidiano local de bicicleta ou pura e simplesmente relaxar e admirar a beleza do local e a força da natureza.

  • Planície dos Jarros



Planície do norte do Laos onde se encontram misteriosas formações megalíticas de pedra reminescentes de "jarros" e sobre as quais se sabe muito pouco. É ainda a zona mais bombardeada pelos EUA durante a Guerra do Vietname (o Laos é ainda na actualidade o país mais intensamente bombardeado do mundo, tendo lá caído mais bombas do que em toda 2ª Guerra Mundial) e as várias tribos locais reutilizaram a sucata resultante dos mesmos na construção das suas habitações. É uma das zonas mais remotas do Laos, rica em minorias étnicas e segundo a crença popular dos locais tem as suas cavernas assombradas pelos espíritos dos que lá morreram refugiados dos bombardeamentos.

  • Vieng Xai



Imponentes formações rochosas similares às de Vang Vieng mas perfuradas por grutas e túneis que fora usados pelo Pathet Lao (guerrilha comunista que levou à tomada do poder pelo Partido Popular Revolucionário Lao) como abrigo e esconderijo dos ataques americanos. Foi também a primeira "capital" estabelecida pelo Pathet Lao.


Outros destinos a não esquecer...
  • Tham Kong Lo
  • Planalto Bolaven
  • Phongsali
  • Savannakhet
  • Pakse
  • Luang Namtha
  • Gibbon Experience

18/02/15

Gorges du Todra



As Gorges (Gargantas) du Todra (Todhra ou Todgha) são um desfiladeiro na região oriental do Alto Atlas, próximas de Tinghir. A passagem do rio Todra, que se estende até ao deserto do Saara onde desaparece, moldou a paisagem desta forma, dando lugar a pequenos mas pitorescos oásis de hortelã nas suas margens. Não muito longe, existem também as Gorges du Dades.

Após uma longa viagem de Ait-Ben-Haddou até Tinghir (mais longa do que expectável porque um dos carros avariou já próximo do destino), seguimos por mais alguns kms até ao nosso alojamento. Algo que rapidamente percebemos é que os marroquinos têm sempre um "primo" em qualquer lado para que a gente vá. Assim foi com o nosso amigo Ali de Ait-Ben-Haddou, que nos arranjou dormida com os "primos" de Todra e depois de Merzouga. Escusado será dizer que mais uma vez é preciso negociar e evitar deixar um "sinal" ao mesmo.

Cuscuz vegetariano. Os nossos anfitriões ficaram intrigados e não resistiram a perguntar, de forma educada e cautelosa, como é que a única mulher (também a única vegetariana do grupo) decidia o que todos jantavam. Tentamos explicar da melhor forma mas não sei se ficaram muito convencidos...
Chegamos de noite, com um céu estrelado, acordamos com esta vista...



Ficamos assim alojados mesmo à beira do início do desfiladeiro, num pequeno povoado dividido por um leito seco de um rio, que servia de recreio às crianças. Uma pequena caminhada e estávamos no desfiladeiro.







A cidade de Tinghir tem um mercado engraçado e acima de tudo direccionado aos locais pois poucos turistas acabam por ficar na cidade. Há caixas ATM na cidade, se necessitarem de levantar dinheiro.

Quase em casa:p