O Delta do Mekong foi o nosso último destino e rota de saída do Vietname. Esta região, uma das mais densamente povoadas e diversificadas do país, é o garante da sobrevivência para cerca de 17 milhões de pessoas. No passado a região pertenceu aos reinos Khmer (actual Camboja) e Champa, acabando por ser conquistada em finais do século XVII pelo Vietname. Viria durante a ocupação francesa a chamar-se "
Cochinchina". A diversidade étnica e religiosa desta região é também ela espantosa, considerando que estamos num pais maioritariamente budista. Há inclusive religiões que misturam elementos das várias religiões, incluindo o Cristianismo, Islão e Budismo.
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Igreja Católica |
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Mesquita em Vinh Xuong, "penso eu de que"! |
A região tem início imediatamente a Ocidente de Saigão mas é precisa uma viagem de cerca de duas horas de autocarro até Cai Be, ponto de partida do nosso barco para visitar o mercado flutuante. Há vários mercados por onde optar dependendo da duração que tivermos disponível para a tour bem como o destino "final". Os mercados geralmente visitados são Cai Rang (Can Tho), My Tho, Cai Be e Ben Tre. Os dois primeiros são maiores mas mais turísticos, a nós calhou-nos Cai Be, pois era o que fazia parte da tour que "precisávamos" para completar o percurso por terra e água até Phnom Penh, no Camboja. À data, esta tour de 2 dias pela The Sinh Tourist custou-nos cerca de 56 euros por pessoa. Actualmente o preço ronda os 80€, não se por mera desvalorização do Euro, se por terem eventualmente subido o preço.
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Parte do maior "horto" flutuante que vi até hoje |
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"Take away" ou se calhar "Take aboard" |
O tempo não ajudou muito no início da viagem - estávamos na
rainy season - com algumas chuvadas fortes que embora não fosse incómodas para nós que estávamos abrigados no barco, era reduzido o número de barcos que estivessem a "operar". Ainda assim vimos acima de tudo trocas entre locais e não uma "operação" direcionada ao turista, embora um ou outro barco tentasse a sua sorte para vender frutas ou comidas.
Com a melhoria meteorológica progredimos por canais ladeados de casas quase na água e atravessados por pequenas pontes, até que atracamos numa fábrica tradicional, diria mesmo rudimentar, de papel de arroz, pipocas de arroz e caramelos. Também se vendia whisky de arroz com cobras e escorpiões dentro das garrafas.
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"Pop-rice" no início |
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Já prontas, as pipocas de arroz |
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Adicionar legenda |
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Caramelo |
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O mesmo já a secar para depois ser cortado em pequenos rebuçados |
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Papel de arroz acabadinho de fazer e a secar! Já dá para entender as "marcas" no papel... |
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Whisky de arroz "fortalecido" |
Entretanto, uma senhora idosa ia preparando o almoço deles:
Seguiu-se o (nosso) almoço num restaurante à beira rio com um espetáculo musical de qualidade duvidosa mas bastante animado e "divertido".
Regressamos ao barco e seguimos até Vinh Long, onde desembarcamos e parte das pessoas, que só tinham ido na tour de um dia, regressaram de mini-bus a Saigão. Nós, seguimos com mais 8 ou 9 pessoas e o nosso guia de carrinha - incluindo travessia de
ferry - até Chau Doc, onde jantamos e pernoitamos num 3 ou 4 hotéis muito básicos que há na cidade. Há um 4 estrelas de luxo junto ao rio mas era bem caro para os padrões vietnamitas. Nós optamos por ir lá beber uma cerveja no final do jantar com o nosso grupo. Antes de jantar ainda fomos a tempo de um pequeno mercado mesmo em frente ao hotel:
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Ruas de Chau Doc à noite |
No segundo dia, iniciou-se um dos dias mais intrépidos da viagem. De manhã e com bom tempo, iniciamos um passeio em pequenos barcos com mulheres aos remos até pequenas aldeias flutuantes de pescadores, onde de certa forma toda a aldeia era um mercado, viveiros de peixes existiam mesmo por debaixo das casas e a "estrada" era onde se pescava.
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Remadoras |
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"local" food |
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Aqui tudo "rola" sobre água |
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...excepto a bicicleta, creio eu! |
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Uns pescam no rio... |
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Outros têm os peixes na engorda literalmente por baixo de casa |
Assim que saímos do barco, o nosso guia deixou-nos numa pequena embarcação que - achávamos nós - nos iria levar até ao "High Speed Boat" que nos transportaria até Phnom Penh:
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A nossa "barcaça" ao lado de uma que levou - até à fronteira - alguém com mais sorte (e que provavelmente se dispôs a gastar mais) do que nós... |
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Interior do barco, por esta altura tapado na lateral por causa da chuva; este foi também o momento em que o barco, após ameaçar encalhar num "atalho" aberto pelas cheias, ficou com a traseira presa numa ponte relativamente baixa: fomos todos para a traseira, empurramos o barco com apoio na ponte e ele lá passou!!! |
Pois bem, este era o barco que nos levaria até à fronteira, a região mais "selvagem" onde as casas são construídas sempre em cima de estacas por causa das frequentes inundações e onde crianças brincam na mesma água onde búfalos de água se banham tranquilamente. Após uma pequena paragem que até deu jeito para almoçar no edifício de controlo fronteiriço, prosseguimos a aventura em terras de Angkor, finalmente num barco digno desse nome. Mais 3h de barco e chegávamos finalmente a terra, agora para novo controlo fronteiriço e pagamento do respectivo visto. Terminava a nossa aventura no Mekong e no Vietname, iniciava-se uma nova etapa no Camboja, o seu "pequeno irmão". Faltava 1h30 de carrinha até uma Phnom Penh alagada.
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A parte mais "selvagem" do percurso, um "outro" Vietname |
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"ferry" local |
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Casas com diques, por causa das cheias |
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ahhhhh... fresquinho! |
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Vista do posto fronteiriço de um dos ramos do Delta do Mekong: Olá Camboja! |
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