Mingun é uma pequena localidade na região de Sagaing, nos arredores de Mandalay. Hoje uma pequena aldeia, é conhecida por ter sido o local eleito para a construção daquele que seria o maior templo budista do mundo, caso a sua construção tivesse sido terminada.
É relativamente fácil lá chegar e uma manhã é suficiente para conhecer a povoação (também não há outra opção uma vez que o último barco regressa relativamente cedo a Mandalay).
O barco parte pelas 9 da manhã de um cais que por si só é uma atracção: as pessoas, mercadorias e seus "residentes" ilustram a complicada vida do povo de Myanmar. O bilhete custou-nos, salvo erro, 5000 kyats por pessoa (ida e volta), o mesmo preço a pagar numa pequena banca à chegada pelo bilhete de visita a Mingun.
A povoação é fácil de conhecer a pé mas quem assim o desejar poderá alugar um pequeno "taxi" que o levará às principais atracções.
A primeira com que nos deparamos é o Settawya Paya, um belo templo branco com uma escadaria da mesma cor, ladeada por leões, que dá acesso à margem do rio. Nas redondezas do mesmo encontramos ruínas caídas das redondezas aquando do terramoto de 1839.
Uns poucos metros mais à frente, encontramos do lado do rio o que resta de dois enormes elefantes de pedra, que deveriam proteger o Mingun Pahtodawgyi, o já mencionado templo inacabado. Este foi mandado erigir em 1790 mas a sua construção foi suspensa por alegadamente um astrólogo ter previsto que o rei faleceria aquando da conclusão do mesmo. Em 1839 um terramoto abalou a região e "arrumou" definitivamente o templo, danificando-o irreparavelmente e deixando à vista grandes fissuras que ainda hoje persistem. No interior do templo, apenas uma pequena sala com uma imagem de Buda.
É possível ainda assim subir ao topo do mesmo, por uma escadaria relativamente íngreme mas com corrimão. Não sendo a subida em si exigente, é de realçar que na parte final da mesma é necessário salta algumas destas fissuras para se conseguir chegar ao topo e às vistas fenomenais que este proporciona. Daqui é possível localizar as atracções que se seguem, como o velho sino onde os locais batem com uma trave de madeira enquanto outros se refugiam no seu interior.
Encontrarão ainda alguns jovens desejosos por praticar o seu inglês enquanto vos guiam pelo topo a troco de um pequeno contributo monetário. Na descida, sobressaem os paus de incenso espalhados um pouco por todo lado.
Após uma breve passagem pelo já referido sino, chegamos finalmente à última atracção que conseguimos visitar, o belíssimo Hsinphyumae Paya. Este é mais um templo branco precedido de uma escadaria. No entanto, este tem uma estrutura circular que contrasta com a quadrangular do primeiro. Outro aspecto que os distingue é a afluência de locais: ao passo que o primeiro se encontrava praticamente deserto, este é claramente o local de "eleição" dos locais para a suas preces.
Concluída a visita, tivemos tempo para descansar um pouco enquanto bebíamos algo à beira rio e regressamos ao barco, que ainda buzinou duas ou três vezes como que chamando alguns turísticas que acabariam por não regressar a tempo. Foi-nos ainda possível interagir com os locais que se entusiasmavam também aqui com a campanha eleitoral para as históricas eleições de novembro, bem como tirar algumas "selfies" com os mesmos. No regresso ao barco, tivemos ainda tempo de presenciar o que é uma constante em Myanmar: a ronda das almas das freiras.
Chegados a Mandalay, recorremos a um dos nossos meios de transporte preferidos e mais baratos: o moto-taxi. Duas scooters aceitaram levar-nos ao nosso hotel por 800kyats, menos de metade do preço de um taxi. Antes da partida para Bagan, despedimo-nos de Mandalay com um almoço numa típica "teahouse". Eu optei pelos deliciosos Shan Noodles, típicos de outra região do país mas cuja gastronomia se encontra bem representada na cidade, a Catarina por uma Paratha. Pagamos cerca de 2 euros por tudo, com chá incluido.
Vêmo-nos em Bagan!!!