Em jeito de balanço antes da longa jornada que se avizinha, terminamos hoje os relatos sobre a nossa viagem a terras Ilírias.
Kruja (ou Krujë) é uma pequena localidade a uns 30 km a Norte de Tirana. Após repensarmos várias vezes como encaixar esta cidade no roteiro, decidimos deixa-la para o final: é próxima do aeroporto e tem um ambiente relaxado.
Para lá chegar é necessário ir de Tirana em direcção ao Norte do país, saindo da via rápida (SH1) em Fushe-Krujë. Já lá havíamos passado no início da viagem, aquando da ida para o Kosovo. Como tal, já sabíamos que apesar aqui terem ocorrido várias batalhas históricas não há pontos de interesse nesta localidade de construção relativamente recente. Daqui até Krujë são uns 10kms, que demoram 20 a 30 minutos a percorrer, pelo final em estrada de curva e contra-curva com declíve acentuado. Ao entrar na localidade é necessária especial atenção aos sentidos do trânsito e às múltiplas ruelas semi-escondidas.
Se nos abstrairmos do centro histórico, a cidade é a habitual desordem albanesa, com casas e prédios monstruosos inacabados um pouco por todo o lado, muitas vezes paredes meias com casas habitadas.
Após alguns kms a subir pelo meio da confusão, chegamos finalmente ao destino que tem quatro grandes atracções: o castelo, o antigo bazar, o museu etnográfico e o recém construído museu dedicado a Skenderberg.
Uma vez que já havíamos visitado dois museus etnográficos (um deles bastante semelhante a este, em Berati) e que já tínhamos levado um autêntico "banho" de Skenderberg no dia anterior, dedicamo-nos ao castelo e ao bazar.
O primeiro, não sendo dos mais imponentes ou melhor conservados que visitamos no país, proporciona vistas esplendidas, em particular ao por do sol. É lá dentro que se localizam os museus referidos anteriormente, com o museu dedicado ao herói albanês num lugar central de destaque. Há ainda alguns restaurantes típicos no interior das muralhas, bem como algumas casas antigas.
Mesmo ao lado (a bem dizer, abaixo) fica o antigo bazar: uma longa rua em paralelo, ladeada por casas antigas em pedra. Num punhado delas ainda é possível ver artesãos a trabalhar - principalmente têxteis - mas a maioria vende os habituais souvernis. Um especial destaque para os Qeleshe ou Plisi, nomes dados ao "chapéu" típico albanês, que aqui pareciam mais autênticos e tradicionais.
As lojas estendem-se hoje em dia - bem como a sua construção - até à porta do castelo, havendo ainda várias bancas de venda de souvenirs já no interior do mesmo.
Por fim, uma menção ao hotel onde passamos a nossa última noite, o Hotel Panorama. É um hotel desproporcionado mas em posição privilegiada. Para além das vistas - amplas e directas sobre o castelo e o vale, o hotel em si é bem cuidado e tem provavelmente o melhor restaurante da cidade. Os preços são surpreendentemente baixos tendo em conta a qualidade do mesmo. O parque de estacionamento fechado gratuito é um bónus. Termino o post e a cobertura da nossa viagem à Albânia com uma foto da varanda do mesmo e uma vista geral da parte "nova" da cidade, que ilustram bem o país de contrastes que é a Albânia: