09/06/17

Varanasi em Vídeo

Agora o vídeo do nosso ponto de partida na Índia, a intensa e espiritual cidade de Varanasi, uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do planeta.

08/06/17

Yangshuo



A região de Guangxi foi uma das primeiras a abrir-se ao turismo internacional, na década de 50, sendo também a cidade "modelo" pra receber dignitários estrangeiros. As suas paisagens de relevo cárstico serviram chamariz a turistas estrangeiros e chineses, tendo transformado a capital desta região, a cidade de Guilin, numa metrópole limpa e organizada- pelos padrões chineses - mas com um transito insuportável e turismo massificado.

Na proximidade da mesma, o turismo independente viria a "mudar-se" pra Yangshuo, que nos seus primórdios seria uma pequena aldeia rodeada de colinas tão ou mais impressionantes. Hoje em dia, Yangshuo é uma pequena cidade (muito pequena pelos padrões chineses) que tal como aconteceu com Guilin, começa a sofrer com expansão desmedida do turismo de massas.



Yangshuo não tem estação de comboios nem aeroporto pelo que forma mais fácil de lá chegar é a partir de Guilin, de onde partem autocarros frequentes que demoram cerca de 40minutos a 1h a percorrer a distância (à data da nossa visita estava em construção uma nova estrada que no futuro irá encurtar a viagem). Já Guilin, é servida por um aeroporto internacional e estação de comboio rápido, muito conveniente para quem quiser visitar a região a partir de Macau ou Hong Kong, embora os comboios terminem do lado "continental" em Zuhai e Shenzhen, respectivamente.

Para deslocações dentro de Yangshuo, há um sistema de autocarro relativamente frequentes e duas estações de camionagem principais: uma, a norte, liga a cidade a Guilin; outra, a sul, liga a cidade alguns destinos como Xingping. No entanto todo o centro da cidade é facilmente percorrível a pé, motivo pelo qual optamos por ficar numa guesthouse nos subúrbios de Yangshuo, isto é, a pouco mais de 1km do centro, onde é mais fácil imaginar como seria este local há algumas décadas atrás:


A cidade em si, para além do cenário envolvente, não tem muitos atractivos: um agitado mercado de frescos bem próximo da "walking street", um punhado de ruas pedonais que desembocam nesta última, um pequeno parque com uma estátua comemorativa e uma beira rio estranhamente desaproveitada onde só se costumam encontrar algumas bancas de vendedores de souvenirs e vendedores de passeios em jangadas de bambu pelo rio Li. Há ainda uma pequena cascata algo escondida pela vegetação.







O mercado começa ainda na rua, com vários vendedores de vegetais e frutas nos passeios. Depois entra-se no mercado propriamente dito e a primeira secção é ainda de vegetais e frutas, com alguns vendedores de comida já confeccionada e muita gente com sono!



Depois surge a secção das carnes, que sinceramente só visitamos de forma "aprofundada" na nossa segunda visita, aquando de uma aula de culinária. Começando pelos animais mais vulgares, em que galinhas mortas são geralmente expostas por cima das que ainda respiram, chegamos a uma zona onde é possível encontrar de tudo: coelhos, sapos, patos, gansos, pombos, marmotas, gatos e cães. Convém ter em conta que os animais geralmente são mortos na hora e não raras vezes em frente aos clientes, pelo que é aconselhável alguma prudência aos mais sensíveis.



A aula de culinária propriamente dita, teve lugar no piso superior do restaurante Cloud 9 na zona pedonal e recomendamos vivamente. O preço depende do número de pessoas e do número de pratos a confeccionar e claro, no fim serve se almoço!


Os principais atractivos encontram-se fora da cidade, embora a uma curta distância e com ligações frequentes de pequenos autocarros locais extremamente baratos. Como referência, um bilhete de autocarro para Xingping custa 10 yuan e os autocarros dentro da cidade custam uma pequena fracção desse valor. Os taxis são particularmente caros, especialmente tendo em conta os padrões chineses. Contrariamente às grandes cidades chineses, não têm taxímetro e muitos deles parecem ilegais (viaturas particulares), sendo necessário negociar o preço antecipadamente.

Convém ainda ter em conta que se visitarem a região nas estação seca, como nós fizemos, o caudal dos rios diminui drasticamente com o inerente impacto visual e impossibilitando a viagem de barco de Yangshuo até Guilin. Nos meses mais rigorosos do Inverno o clima subtropical dá lugar a temperaturas baixas e, embora não seja muito frequente, pode mesmo chegar a nevar na região.

Para além do rio Li, há a alternativa do menos turístico mas significativamente menor rio Yulong. Por causa da diminuição dos caudais, acabamos por optar pelo Li, até porque o Yulong é perigoso com pouca água.

Xingping, a 27km de Yangshuo, é provavelmente o local mais conveninente para apreciar as paisagens da região bem como parte do que resta de uma China mais rural de outros tempos. A 40 minutos de autocarro de Yangshuo, apesar de ser já um local bastante turístico, aqui não trânsito e é possível deambular por quase toda a aldeia sem enfrentar multidões. Essas encontram-se todas junto ao rio, mais precisamente no local de onde partem os barcos. É também aqui que irão encontrar senhoras a apregoar viagens nas jangadas de "bambu" (hoje em dia de PVC) que subitamente desapareceram quando estávamos perto de embarcar numa delas, por estarem a chegar agentes da polícia num barco. Sem outra opção, acabamos por ter que seguir o plano B e partilhar um grande barco com uma multidão de chineses, o que está longe de ser a mesma coisa. Ainda assim, deu para apreciar algumas das paisagens rurais que procurávamos e no final, fizemos um passeio pedonal no outro sentido do rio, onde surgem vários pontos de observação do local retratado nas notas de 20 yuan.




O centro da aldeia propriamente dita, é um bom sítio para relaxar da confusão das cidades chinesas e é ainda possível apreciar uma vida com um ritmo mais lento, havendo várias casas repletas de pessoas de todas as idades a jogar cartas, indiferentes ao corrupio de turistas a escassas dezenas de metros dali.

04/06/17

Fenghuang


A cidade de Fenghuang, situada na província de Hunan, é um destino turístico muito popular entre os chineses. Famosa pelas suas casinhas suspensas em estacas nas margens do rio Tuojiang, pelas suas belas pontes e a famosa muralha que foi construída durante as Dinastias Qing e Ming.

Fenghuang, que significa "fénix", é dividida em duas "zonas": a cidade nova e cidade velha, que pertence à rota das aldeias Miao - uma minoria étnica  subdividida em 55 grupos . A cidade nova é desprovida de qualquer carisma, sendo na altura em que visitamos, um grande estaleiro de construção. Por outro lado, a cidade velha é envolvida num charme de outros tempos, mantendo grande parte da sua arquitetura bem preservada.

Como Chegar

A cidade nova é ponto de chegada da maior dos visitante, os autocarros param mesmo numa estação desterrada à entrada da cidade, por entre edifícios em construção, de onde é possível apanhar o autocarro (o número 1 é o mais frequente) até ao centro da parte nova da cidade. Para quem vem do leste da China, os principais acessos são das cidades de Changsha e Huaiha, ambas com acesso ao comboio bala chinês.

Daqui é recomendável que se certifiquem que têm dinheiro suficiente e, caso não tenham, levantem (na cidade velha há poucas ATMs e deixam de funcionar ou de ter dinheiro com facilidade). Quer aqui, quer em Huaihua (onde fizemos "escala" após apanhar o comboio de Pequim) as ATMs funcionam apenas em mandarim, pelo que é preciso seguir por "tentativa-erro" até se conseguir levantar dinheiro.

Para chegar à cidade velha, convém que levem um mapa em mandarim com a localização do hotel pois muitos são pequenos e escondidos, pelo que os taxistas podem não fazer a menor ideia para onde querem ir.

O que Fazer

A maioria das suas atracções encontram-se junto ao rio onde é ainda possível ver pescadores, mulheres a trabalhar como noutros tempos. As casas de estacas foram na sua grande maioria reconvertidas em pequenos hotéis e outros negócios relacionados com o turismo. Passear nesta zona é sem dúvida o ponto alto de uma visita a Fenghuang, sendo um bom ponto de referência para começar a caminhada o belo pagode Wanming.







Caminhar a pé  sobre  a muralha, que limita a parte mais antiga da cidade, e aproveitando para visitar o o Portão da Torre Oriental construído na Dinastia Qing para defesa da cidade. Nesta zona há também uma grande oferta de produtos regionais e de souvenirs, como o famoso doce gengibre.






Caminhar nas várias pontes que cortam o rio e ligam as duas margens. A mais impressionante é a ponte Hong, que tanto pode ser atravessada por um dos seus pisos como tem ainda um outro piso superior que pode ser visitado mediante a compra de bilhete. Pode-se também fazer um passeio de barco a remos que começam no portão Norte e que acabam no Templo de Wenshu.







É ainda possível visitar outra secção da Grande Muralha da China que fica a cerca de 15 Km da cidade. Nós apanhamos o autocarro número 2 até uma pequena central de camionagem (Tuqiaolong Passenger Transport Station) encravada entre os últimos prédios à saída da cidade. Aqui é perguntar qual o autocarro que sai para a muralha - custa 6 Yuan -  e este para mesmo em frente às bilheteiras, onde o bilhete para esta secção da muralha custa 45 Yuan.





Quanto tempo ficar e onde dormir

É possível visitar a cidade em apenas um dia, sendo dois dias o tempo ideal para desfrutar da cidade na sua totalidade. Para dormir o ideal é ficar num pequeno hotel com vista para o rio. Nós ficamos no Yinji Inn que fica praticamente situado na cidade velha (basta descer umas escadas) mas, que se encontra elevado o suficiente para ter uma vista incrível do terraço comum para a cidade. Convém ter em conta que a cidade muda muito de dia para dia e até mesmo durante o próprio dia. Nos dias de semana é geralmente tranquila ao passo que aos fins-de-semana a cidade costuma ficar repleta de turistas com o passar do dia e à noite transforma-se com iluminação colorida e começa uma vida nocturna agitada.








Gastronomia Local

A oferta gastronómica nesta região chega a ser assustadora de tão diversificada que é: para além das proteínas mais comuns, é possível encontrar cobra, uma espécie de marmota popular na China e em alguns dos seus países vizinhos e até um restaurante que afirma servir Pangolim, embora não tenhamos visto nenhum em exposição, como acontece com os restantes animais na maioria dos restaurantes.








Embora tal aconteça um pouco por toda a China, aqui o ressentimento para com o povo japonês é francamente mais declarado: