É a cidade onde viveu durante muitos anos Vlad, O Empalador, embora este tenha nascido e vivido os primeiros anos da sua vida em Sighisoara, também na Transilvânia. Mais tarde, com Bram Stoker passou para a ficção, sendo conhecida de todos a história do Conde Drácula.
É uma cidade simpática, não muito grande, com cerca de 400 mil habitantes. É também uma cidade que vive muito dos estudantes que à data da nossa visita, estavam de férias.
À chegada, o primeiro impacto é o de um monte rodeado pela cidade, o Monte Tampa. Neste, há um miradouro e o nome da cidade iluminado, bem ao estilo de Hollywood.
Monte Tampa, visto do nosso alojamento. |
Ao contrário da Bucareste, a cidade é bastante limpa e organizada. O centro histórico tem várias avenidas pedonais e aquelas em que passam carros, não são de loucos como as da capital.
Chegamos de comboio, no regional que a Ana postou anteriormente. Na viagem tivemos a companhia de um senhor velhote muito simpático, que insistia em assistir aos nossos jogos de cartas. A certa altura, oferece-nos uma garrafa de cerveja, de plástico. Tivemos que aceitar. A questão é que a garrafa, como se não bastasse vir de uma mala de onde despontavam vagens de feijão verde, não estava selada e a "cerveja" parecia algo mais escura e sem gás. Quando abri a garrafa, percebi o porquê... não era cerveja mas sim Palinka caseira, uma bebida espirituosa muito parecida com a nossa aguardente. Lá teve que ser, de manhã e em jejum, uns golinhos até o senhor simpático aceitar receber a garrafa de volta. Escusado será dizer, que passou o resto da viagem a perguntar se não queríamos mais um bocadinho.
À chegada, uma fila enorme de táxis. A senhora do alojamento, a Terezia, avisou-nos quais as companhias fiáveis e do preço até ao alojamento, na rua Nicolae Balcescu, no centro. As companhias referidas pela mesma eram a Martax, TOD e RO, e a viagem não deveria custar mais do que 10 a 12 lei (2euros e pouco). Nessa fila de táxis, constatamos que eram todos praticamente iguais, brancos e sem nenhum símbolo evidente que os distinguisse. Percebemos mais tarde, que efectivamente tinham o nome da companhia de lado, por cima da roda dianteira, mas no meio de uns números e pouco chamativo. O primeiro taxista queria-nos cobrar 20 lei, pelo que tentamos regatear sem sucesso. Passamos então a um dos táxis seguintes - na Roménia apesar de haver posturas de táxis em tudo semelhantes às nossas, a pessoa pode escolher qual quer apanhar, independentemente da posição do mesmo na fila. Assim, lá conseguimos chegar ao alojamento pelos ditos 12 lei.
Instalamo-nos então na Casa Terizia, que não chegava a 10 euros por pessoa, em quarto duplo. O quarto não era nada de especial mas era limpo, silencioso e bem localizado. O senão, é que do outro lado da sala, viviam os pais da dita senhora mas só os vimos no dia em que saímos ao entregar a chave.
Saímos então para uma primeira volta pelo centro, a destacar a belíssima Praça Sfatalui e a Igreja Negra que infelizmente se encontrava em obras e como tal não pudemos entrar.
Ana Costa na Praça Sfatalui, com a Igreja Negra ao fundo |
Em frente à Igreja Negra |
Ana Costa em frente à Casa Sfatului, na praça homónima |
Como podem constatar pelas fotos, o Sol já se punha e já não deu tempo para muita mais do que um passeio pelas ruas do centro histórico. Como tínhamos "almoçado" por volta das 17h, tal como muitos romenos faziam o seu "segundo almoço" (esta gente está sempre a comer e é magra: ténias?!), recolhemos novamente ao alojamento mas não sem antes tratarmos de alugar um carro para o dia seguinte. Um Opel Zafira, em bom estado, custou-nos 40 euros, com 200€ de caução bloqueados no cartão.
De manhã cedo, como combinado, lá estava o carro à nossa espera mesmo em frente ao nosso alojamento. Se quiserem o contacto do Daniel, senhor que nos levou o carro, é o +40 (731) 321 400.
Partimos então em direcção a Poiana, a estância de montanha nas imediações da cidade, que nos deixou com vontade de regressar no Inverno para praticar desportos de Inverno. No Verão, é uma zona verdejante, lindíssima mas da qual infelizmente não temos fotografias pois tínhamos noção que tempo ia ser muito apertado, e como tal não paramos. O nosso destino era, afinal de contas, visitar 3 dos muitos castelos que a Transivlânia tem para oferecer aos seus visitantes.
Seguimos para Rasnov, onde se localizava o primeiro castelo a visitar. À chegada, estacionamos o carro no parque (gratuito apesar das girafas e máquinas de bilhetes desactivadas) e compramos um bilhete de 2€ que julgavamos ser de subida e acesso ao castelo. Errado. O bilhete era apenas para a subida, numas carruagens puxadas por um tractor agrícola!!!
Algures entre Poiana e Rasnov |
Dito tractor agrícola |
Subimos então a encosta no tractor, não que a viagem seja longa ou difícil mas já estava paga.
O castelo fica num monte com vistas magníficas para Rasnov, assim como para os Cárpatos.
A entrada rondava também ela os 2€, se não estou em erro.
Castelo de Rasnov |
Rasnov e os Cárpatos |
Rasnov |
No interior das ruinas |
Interior do Castelo |
De seguida, saímos com destino a Bran, terra do mais famoso castelo de Vlad, O Empalador. A viagem é curta mas cuidado com a estrada, e acima de tudo, com os condutores locais que desrespeitam as mais elementares regras de trânsito. Estes parecem ainda ter uma especial apetência para ultrapassar nas curvas cerradas sem visibilidade.
O pequeno vilarejo está já infestado de turistas dos quatro cantos do mundo, assim como por todo o tipo de negócio associado ao mesmo. Apesar de aqui existir grande variedade souvernirs, desaconselho vivamente que façam aqui as vossas compras pois os preços estão bastante inflacionados.
O castelo em si, é bonito por fora mas nada de especial no seu interior, sendo que algumas das salas contém apenas informação relativa à mitologia associada ao Drácula. Como chovia e trovoava, apesar do intenso calor, o cenário parecia perfeito!
Castelo Bran, visto ao longe. |
Vista da base do Castelo, lembra-me a Suiça |
Sala Interior do Castelo |
Pátio e varandas interiores |
Escusado será dizer para que servia... |
À saída, corremos para o carro pois voltava a chover. Apenas um reparo para os senhores que "gerem" o estacionamento circundante. Este apesar de ter placas a indicar que o parque, aparentemente público, é pago, tentam extorquir antecipadamente quantias elevadas aos turistas afirmando que são necessárias pelo menos 2 horas para ver o castelo. Pura mentira, uma hora chega perfeitamente. Além do mais, duvido (muito) que o seu trabalho seja oficial ou até mesmo legal.
De volta ao carro, partimos então para a região de Sinaia, outrora a região turística mais badalada entre as elites do país. O nosso objectivo era visitar o Castelo de Peles (um palácio para os nossos padrões, e não um castelo), construído pelo Império Austro-Hungaro. Foi o primeiro palácio electrificado da Europa e contava todo o tipo de "modernices" para a altura, nomeadamente sala de cinema, elevador e sistema de aspiração central!
Chegamos mesmo em cima da hora da última visita, que já só permitia a visita do piso inferior. O bilhete até era acessivel, 20 e poucos lei (pouco mais de 4€), mas a câmara fotográfica também pagava bilhete, estupidamente mais caro do que bilhete pessoal (6€). Como já tínhamos caído neste "esquema" antes e ninguém controlava nada, decidimos arriscar, tal como os demais visitantes. A visita é guiada e há uma série de "cães de fila" lá dentro, pelo que ninguém do nosso grupo (cerca de 30 pessoas) tirou uma foto que fosse. Uma pena, porque é brutal! Certamente perdem mais do que ganham com esta imposição.
Ficam as fotos do exterior:
Atenção aos ursos!!! |
No final da visita, regressamos a Brasov. A viagem, que já não era tão curta quanto isso - afinal de contas passamos o dia a afastar-nos de Brasov - tornou-se ainda mais longa com um engarrafamento causado por obras. Mas nada demais e lá chegamos a Brasov.
Acabamos a noite a jantar num restaurante de um hotel na avenida pedonal principal a ouvir Cesária Évora! Um copo num dos muitos bares da cidade, uma última volta pelas ruas até que conhecemos 3 rapazes "nativos" simpáticos numa esplanada. Ao descobrirem que éramos de Portugal, começaram imediatamente a falar da única coisa pela qual Portugal parece ser conhecido no mundo por estes dias: Futebol. Passamos o resto da noite no Schwarz Pub, o único aberto àquela hora no centro, a confraternizar. Ficamos com o contacto e regressamos ao alojamento.
No dia seguinte, partíamos para Bucareste com vontade de regressar a Brasov, onde certamente ficou muito por explorar.