02/10/15

Recordações de Mochila às costas


Um dos dilemas com que habitualmente nos deparamos ao viajar de mochila às costas prende-se com recordações de viagem. Se regra geral é fácil comprar qualquer coisa que caiba numa mala "convencional" e arrastar a mesma, o mesmo não se pode dizer quando a carga é compactada e transportada nas nossas costas. Objectos frágeis ficam mais expostos à "fúria" dos funcionários aeroportuários, objectos pesados retiram-nos conforto, volumosos não cabem a não ser que a mochila vá meia vazia.

Com o passar do tempo fomos aprendendo, muitas vezes com os nossos erros, o que o devemos e o que pura e simplesmente não podemos comprar. Logo na nossa primeira viagem de mochila às costas compramos duas aparentemente "inofensivas" fotografias da cidade de Mostar na Bósnia e Herzegovina. Até ofereciam um tubo de cartão para proteger as mesmas por isso nada podia correr mal, certo? Errado. Os tubos não cabiam dentro da mochila - e mesmo que coubessem facilmente iriam ser comprimidos pela roupa - e fora corriam sérios riscos de ficar esmagados por outras malas e afins. Tivemos que os arrastar connosco o resto da viagem, em todos os meios de transporte, e juramos que nunca mais.

Dois anos volvidos, no Vietname achamos "piada" a um pequeno mas relativamente pesado quadro pintado em madeira. Negociamos um preço e por ficar muito barato acabamos por comprar o mesmo - conscientes que este não caberia nas malas e que mesmo que coubesse, nenhum de nós estaria disposto a arrastar aquele peso pelo resto da viagem. Primeiro visitamos o escritório de uma empresa de transportes (tipo UPS) em Hanói mas rapidamente percebemos que ficaria por um balúrdio. Acabamos por ter que confiar a nossa aquisição aos correios Vietnamitas e tal como nos informaram no local, o quadro chegou uns 3 a 4 meses depois ao destino. No Vietname é impossível resistir à compra dos típicos chapéus vietnamitas. Felizmente a viagem não se expandiu para além do sudeste asiático, onde ninguém estranhou que os "arrastássemos" nas nossas cabeças de país para país. 


Foi ainda neste país que trouxemos uma das recordações mais úteis e fáceis de transportar: um livro dedicado à culinária local. Como apaixonados que somos pela cozinha, adquirimos o mesmo no final de uma aula de culinária e de tempos a tempos vamos experimentando receitas, algumas delas já partilhadas aqui no blog.


Este aborda ainda os vários ingredientes amplamente utilizados mas que nos são "estranhos", assim como utensílios e a história pessoal da autora, com muitos elementos comuns a uma geração que passou por tempos difíceis de um país recém unificado.





No Laos, tudo foi mais simples. Acho que posso dizer que até hoje este foi o "paraíso" dos souvenirs para nós, um daqueles sítios em que quase tudo nos fica na retina e em que a única dificuldade é resistir a uma "shopping spree". A maior parte deles são feitos à mão, de tecido e portanto leves. Trouxemos um punhado deles para nós e outro tanto para familiares. O exemplar mais bonito - e também o mais caro - foi provavelmente este:




Outro têxtil do mesmo país que também foi fácil de transportar:



Outros artigos que praticamente não ocupam espaço, são baratos e que trazemos sempre que possível, são especiarias e temperos locais, assim como chá e café. Se os primeiros geralmente são para "consumo interno", os últimos são geralmente apreciados por quem cá fica a aguardar o nosso regresso.

Em resumo, viajar de mochila às costas obviamente não tem só vantagens mas também não é impeditivo de trazer recordações. Têxteis, pequenos artigos de madeira ou livros são fácilmente transportáveis. Especiarias e outros consumíveis não ocupam espaço nenhum, cabe sempre mais um pacote. Pinturas e fotografias de tamanho médio ou grande são um problema. Ou se enviam por correio ou, no caso das últimas, o melhor é mesmo fazer as nossas próprias recordações já em casa.

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