07/12/15

Gili Trawangan


As ilhas Gili são três pequenos "salpicos" de areia ao largo da costa noroeste de Lombok, a irmã "gémea" menos conhecida de Bali, que se têm tornado cada vez mais populares como destino de praia na região. Ao contrário das praias de Bali e Lombok que apresentam condições mais propícias para o surf, as Gili são locais de mergulho e snorkeling por excelência.


As três ilhas - Trawangan, Meno e Air - são geograficamente parecidas, sendo a primeira a maior e a Meno, no meio das outras duas, a mais pequena. A Gili Air, a mais próxima de Lombok, é no entanto a que tem mais habitantes permanentes e aquela que é habitada há mais tempo.

Quando planeamos a nossa viagem éramos para ter visitado apenas a Gili Trawangan mas como nos alteraram os planos, acabamos por visitar também a Gili Meno. Chegamos a Gili Trawangan vindos da Nusa Lembongan num barco da empresa Eja Kaya, uma das poucas que viaja directamente entre estas ilhas. Recomendamos vivamente pois o barco foi o maior e melhor em que viajamos (e vimos) entre Bali e Lombok. De notar que compramos o bilhete à Oceanstar Express mas acabamos (felizmente) por viajar numa companhia melhor. Se forem directamente de Bali, há mais e melhores empresas. A maior parte dos barcos vão até à Gili Trawangan e depois seguem para Lombok. Para viajar para as restantes Gili é preciso apanhar um pequeno barco de madeira entre ilhas, que geralmente também seguem até Lombok.


A Gili Trawangan, ou Gili T como é muitas vezes chamada, é a mais turística das três ilhas. A sua costa leste encontra-se repleta de pequenos hotéis e restaurantes com um punhado de hotéis maiores pelo meio, com maior concentração na ponta sul. É uma ilha de água azul cristalina, quente, repleta de corais ao seu redor. Quando a maré baixa, torna-se difícil a entrada na água pelas muitas pedras que apresenta e pelo nível muito baixo das águas, sendo aconselhável a ponta sul da costa leste nessas alturas por ser a que apresenta uma menor proporção de rochas e um maior desnível ao entrar na água.






A ilha é a mais concorrida das três e muitos dos turistas procuram a mesma em busca de uma férias que lhes permitam um estilo de vida hedonista. A partir do entardecer é comum ser-se abordado por jovens a tentarem vender "marihuana" e cogumelos alucinogénicos, sendo a venda destes últimos ampla e abertamente publicitada em alguns pequenos bares de madeira. De referir que à data da nossa visita, a única esquadra de polícia existente na ilha, havia sido desactivada. Desta forma, esta zona mais "povoada" da ilha encontra-se algo descaracterizada, o que não se sente nas restantes costas da ilha, onde as idas a banhos são mais difíceis pelos motivos já referidos. No entanto, um pouco por toda a ilha é possível encontrar locais recatados que nos dão a sensação de estarmos praticamente a sós com este paraíso.






Na ponta sul da rua principal, há um pequeno mercado nocturno que vende essencialmente comida de rua. Quem se aventura pelas ruas mais interiores, percebe que há toda uma Gili T diferente daquela que é "feita" para os turistas, com uma ou outra mesquita.





Estando as principais atracções da ilha submersas, o melhor é mesmo alugar equipamento de snorkeling - que se encontra com facilidade um pouco por todo lado a preços bastante acessíveis - ou "investir" num dos muitos centros de mergulho disponíveis. À data da nossa viagem, em 2014, os mergulhos custavam 30USD sendo que é necessário o pagamento de uma taxa ambiental de 5USD, que só é paga uma vez. A maior parte dos centros são certificados pela PADI mas não tive qualquer problema para mergulhar com certificação da CMAS. É ainda possível fazer cursos de mergulho, sendo que os de iniciação não costumam durar mais do que 3 a 4 dias a preços bastante simpáticos.

Muitos dos centros fazem descontos a quem fizer mais do que um mergulho e os pontos mais concorridos ficam lotados pelo que convém marcar com antecedência. A partir da Gili T estes centros fazem mergulhos nas 3 ilhas, concentrando-se principalmente na Gili Meno que terá os melhores locais para o efeito e corais indiscutivelmente melhor preservados. Para os mais aventureiros, há ainda um centro escola de free diving, mergulhos em profundidade em apneia.











Na ilha não há veículos motorizados nem cães. Em contrapartida, há milhares de gatos com caudas intrigantes. Apesar de alguns viajantes atribuírem as caudas "retorcidas" a actos maliciosos dos locais, esta não parece ser a explicação. Os bichanos são resultado do cruzamento de gatos europeus com gatos japoneses que originaram mutações nos genes responsáveis pelo aspecto bizarro ou mesmo pela ausência de cauda nos muitos gatos que oportunamente rondam restaurantes e hotéis em busca de alimento. O principal meio de transporte na ilha são carroças puxadas por cavalos ou póneis, os cimodo. De qualquer modo, a ilha é pequena e faz-se bem a pé, não demorando sequer uma manhã a dar a volta à mesma.

O "guardião" do nosso quarto 
Um "primo" dos nossos gatos sem cauda!
Cimodo
Há ainda um pequeno mas importante centro de protecção de tartarugas, onde é possível observar as mesmas em diferentes estados de desenvolvimento nos tanques onde crescem em segurança. Donativos são bem vindos.


Por fim, termino com uma foto do imperdível nascer do Sol com Lombok de fundo:


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