Shkodra

Finalmente algum tempo dedicado a Shkodra (ou Shkodër). Já havíamos viajado até esta cidade em 2010, vindos de Tirana rumo ao Montenegro. Na altura não houve tempo para conhecer a cidade mas ficamos com má impressão da mesma, acima de tudo por nos parecer muito suja. Ainda assim, decidimos regressar à maior cidade do norte da Albânia, junto à fronteira com o Montenegro, que quem partilha o maior lago dos Balcãs - o lago Shkodra. E ainda bem que o fizemos, pois a nossa "travessia" da cidade em 2010 tinha sido enganadora.

As principais atracções da cidade são a sua Grande Mesquita. a Xhamia e Madhe, a adjacente Shehsi - parte pedonal da Rruga Kolë Idromeno e o seu Kalaja (castelo em albanês) Rozafa. No seus arredores, o já referido lago e a ponte medieval Mes, contruída em pedra e com arquitectura a fazer lembrar a ponte de Mostar, na Bósnia Herzegovina.

Começamos então pela zona central da cidade, mais precisamente pela mesquita. Esta mesquita, também chamada Ebu Beker, foi construída em 1995 com fundos provenientes da Arábia Saudita e do Egipto e renovada em 2008. Marca pela seu imponente tamanho, que se destaca numa das praças centrais da cidade.

É possível visitar o seu interior e a entrada é gratuita, sendo apenas necessário evitar o horário das orações. 

Sendo a Albânia um país predominantemente muçulmano, há no norte do país um número significativo de cristãos, pelo que irão encontrar várias igrejas nas proximidades, bem como uma estátua da Madre Teresa de Calcutá (que na realidade era Albanesa) a escassos metros da mesquita. Há ainda alguns vestígios, votados ao abandono, do período comunista que os albaneses tanto querem esquecer.

Prosseguimos a nossa visita pela tal rua pedonal adjacente, que é provavelmente a mais bonita e agradável da cidade. Esta encontra-se repleta de esplandas, restaurantes e comércio tradicional e tem um aspecto mais europeu. No final da mesma, algumas ruelas transversais preservam ainda edifícios com os mesmos traços arquitectónicos mas a precisar de um restauro urgente.

Após o excelente almoço numa das mais conhecidas pizzarias da cidade, seguimos de carro até ao castelo, no topo de uma colina na saída da cidade.

A entrada no mesmo custa 100 Lek (aproximadamente 70 cêntimos) ou 1€ se preferirem pagar na "nossa" moeda.

A vista é impressionante, já o castelo em si embora grande não apresenta grandes pontos de interesse.

No sopé da colina, no lado oposto à cidade, existe a velhinha Xhamia Plumbit, a Mesquita de Chumbo em alusão ao metal usado nas suas cúpulas. Esta foi construída em 1773 e encontra-se desactivada, sendo que o terreno onde se situa é frequentemente inundado. Ainda assim, vale a pena a visita pelo seu isolamento relativo e pela paz que transmite este local de culto deserto de presença humana.

Prosseguimos a para a margem do lago Shkodra, outro local que transmite uma serenidade contrastante com a confusão rodoviária do centro da cidade. A estrada vai quase até à fronteira com o Montenegro mas não alcança a mesma. Para atravessar a fronteira é preciso ir até Muriqan e aí sim é possível passar a fronteira em direcção a Ulcinj.

Para visitar a ponte medieval Mes, é preciso sair da cidade no extremo oposto, em direcção aos Alpes Albaneses e percorrer cerca de 5km até lá chegar. A construção da mesma remonta a 1780, período de ocupação Otomana.

Por fim, a cidade estava limpa e o ambiente na mesma era descontraído. Ainda bem que a nossa primeira impressão não se confirmou.

Em breve a visita a Shkodra em vídeo!