Uma das primeiras e difíceis tarefas ao planear uma viagem transiberiana é decidir onde partir a longa viagem através da Sibéria. Até Yekaterinburg as opções são muitas mas, daí em diante são escassas e pouco interessantes. Para nós, fazer a viagem directa até Irkutsk estava fora de questão pelo que acabamos por optar por fazer uma primeira paragem em Omsk.
Da estação de comboios para o centro da cidade há vários autocarros que cobram 22 rublos pelo bilhete. Para quem quiser ir de táxi, um taxista oficial não deverá custar mais de 200 rublos (tem que ser negociado antes e não se assustem se vários vos pedirem 500 rublos e se recusarem a aceitar valores menores), se optarem pela Uber cerca de metade do preço.
Vários guias de viagem referem-se à cidade como um local sem qualquer ponto de interesse e que serve apenas para este efeito, partir a viagem. Em boa verdade, dizem o mesmo de todas as opções que se situam na linha transiberiana, isto é, sem desvios para localidades mais interessantes mas que ficam a meia dúzia de horas de distância.
Não achando que esses mesmos guias sejam inteiramente justos para com a cidade de Omsk, não deixa de ser verdade que esta tem relativamente pouco a oferecer. Ainda assim, tem atracções suficientes para entreter o viajante por um dia. Uma das vantagens é que estes se encontram concentrados no centro histórico da cidade que se espraia em torno da ulitsa Lenina, como não poderia deixar de ser.
Curiosamente, as duas atracções mais bonitas, na minha opinião, ficam no limite do centro, a Catedral da Assunção e a majestosa biblioteca do período soviético. A Catedral é uma das maiores da Sibéria e foi demolida em 1935 pelo regime soviético, tendo entretanto sido reconstruída.
Bem no centro, é quase obrigatória a passagem pela ulitsa Lenina, a mais bela da cidade devido aos bem conservados e coloridos edifícios do século XIX. Este será também um bom sítio para fazer refeições, embora seja mais caro do que o resto da cidade. Paralelo a esta está o pequeno rio Om, afluente do rio Irtysh onde há algumas pequenas praias fluviais.
Há ainda alguns museus, tais como o Museu da Glória Militar e o Museu de Belas Artes. Optamos por visitar o primeiro, os bilhetes são muito baratos (menos de 1 euro) mas há uma taxa para máquinas fotográficas que é sensivelmente o dobro do bilhete. Este é essencialmente dedicado à vitória na 2ª Guerra Mundial. Não se esqueçam de visitar o espaço exterior, onde há vários exemplares de tanques, canhões e até uma espécie de míssil.
Por fim, uma menção ao restaurante onde jantamos, o Tabeker. Situado numa cave, é aparentemente gerido por uma família e serve comida russa e kosher, a preços razoáveis e com direito a música pimba turbinada cantada ao vivo. Os locais interrompem a refeição para dançar os seus hits favoritos e regressam à mesa para dar continuidade ao repasto. Um espetáculo digno de se ver!
Uma nota relevante acerca das refeições na Rússia: não se espantem se vos trouxerem vários pratos (entrada e o prato principal, por exemplo) de uma assentada só ou se clientes da mesma mesa estiverem já na sobremesa enquanto outros acabaram de receber o seu prato. Aqui o conceito de servir toda a gente ao mesmo tempo é frequentemente ignorado.
Em jeito de conclusão, vale a pena visitar Omsk? Depende. Obviamente não viria propositadamente aqui mas sem dúvida que voltaria a escolher a mesma para um dia de descanso do comboio.
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