16/05/15

Campo de Concentração de Dachau



No nosso último dia na Alemanha aproveitamos o facto de só termos o voo ao final do dia para após uma manhã bem dormida partirmos até Dachau, local onde outrora existiu o primeiro e um dos maiores campo de concentração nazis.


Como lá chegar: apanha-se o comboio S2 na estação central de Munique (Hauptbanhof) em direcção a Dachau/Peterhausen. Cerca de 25 minutos depois chegam à estação de Dachau e lá é necessário apanhar um autocarro, o 726 (há outros mas este é o recomendado), em direcção a Saudbachsiedlung. Depois é prestar atenção às paragens e sair na "KZ - Gedenkstätte". A viagem completa (comboio + espera + autocarro) leva cerca de uma hora.



Visitar um antigo campo de concentração é uma tarefa pesada, por muito bem dispostos que estejamos à chegada tudo muda em poucos minutos. A entrada é gratuita - seria "complicado" ser de outra forma - mas se quiserem o audio guide têm que pagar 3,50€ por ele.


Nós optamos pelo dito guia e pouco depois passávamos pelo portão que entretanto foi roubado, o que apresentava o slogan comum aos campos de concentração nazis: "arbeit macht frei" - "o trabalho liberta".

De semblante carregado, lá seguimos até onde um dia estiveram as camaratas dos prisioneiros, que foram desmanteladas após o campo ser libertado por soldados americanos em 1945. Para além das centenas de mortos encontrados à chegada, estavam lá ainda 32 mil prisioneiros cuja libertação foi morosa (o campo foi transformado num campo de refugiados e só deixou de o ser em 1960). Duas das camaratas foram entretanto reconstruídas para servirem de "museu".






O edifício principal esse encontra-se de pé, bem como um edifício de masmorras com melhores condições para onde eram encaminhados os prisioneiros mais importantes e influentes (geralmente por motivos políticos) bem como outros que estavam prestes a ser executados. Na frente do edifício principal existiam uns mastros onde era pendurados prisioneiros a fim de serem torturados, não raras vezes até à morte, à vista dos restantes prisioneiros.

Edifício Principal, com um (estranho) memorial em frente
Corredor do edifício nas traseiras do anterior
Cela do mesmo
Ao fundo do campo, existem memoriais erigidos pelas várias religiões mais afectadas por este campo (um judeu, um ortodoxo, um católico, um protestante e um convento carmelita) uma pequena passagem por cima do canal artificial que delimitava o campo dá acesso a uma área mais isolada onde se localiza o edifício da câmara de gás e os crematórios. 

Memorial Católico Polaco 
Memorial Judeu
Convento Carmelita
Memorial Ortodoxo Russo

O "casa" da morte
A impressão com que se fica ao longo da visita ao campo é a de uma tentativa de "minimizar" o que ali se sucedeu, em especial nesta última área. A informação fornecida é contraditória e num passado não muito longínquo existia mesmo uma placa referindo que nenhum prisioneiro havia sido gaseado naquele campo. Hoje em dia, é referido que foram de facto gaseadas pessoas naquele edifício e que a sala (disfarçada de chuveiro) tinha capacidade para gasear 150 pessoas de uma só vez, num período de 15 a 20 minutos. No entanto, referem que não foi utilizada para extermínio em massa. Até há pouco tempo, era também referido que os crematórios serviam apenas para se desfazerem dos corpos dos mortos por doença, de forma a evitar a propagação das mesmas (mesmo depois da libertação do campo o Tifo foi responsável por um elevado número de mortos no campo). Hoje em dia a informação constante na placa é, pelo menos para nós, ambígua. Não devia ser. A história não pode ser reescrita, muito menos esta. Este é o nosso contributo para que nada disto desapareça um dia:

Fornos...

...mais fornos...
"killing facility (...) but the gas chamber (...) was not used for mass murder"
"this was the center of potential mass murder (...) up to 150 people at a time"

Câmara de Gás
Câmara de gás
Câmara de gás
...e mais fornos! 
Depóstico de "cinzas"

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